Negócios em movimento

O processo de exit de startups marca o momento em que seus fundadores resolveram que é hora de conectar a empresa a um plano maior. Encontrar o momento ideal para realizar esse movimento é crucial para o sucesso pós-venda e, no cenário atual, estamos num momento em que o mercado dos fundos (Venture Capital) entrou em queda e diversas oportunidades estão surgindo. 

Segundo uma pesquisa da KPMG, o Brasil registrou mais de 1.700 fusões e aquisições em 2022, representando o segundo melhor ano deste mercado. Isso pode ser observado pelo aquecimento da economia e a crescente opção dos empreendedores pelo Exit. 

Como trata-se de um processo complexo, que envolve diversos fatores racionais e emocionais, somente o empreendedor irá saber quando é a hora mais favorável de fazê-lo. Partindo da experiência de Paula Lunardelli, CEO da Prevision, vamos indicar os caminhos para ajudar você nessa jornada. Segundo ela, vender a sua empresa “foi decisão difícil de ser tomada”. 

Neste artigo, entenda como determinar se é o momento certo para vender a sua startup, detalhes do processo e a importância da cultura organizacional nesse contexto. Vamos partir do case de sucesso que foi a aquisição da Prevision pela Softplan. 

Exit de startups: vale realmente a pena vender a minha empresa?

O exit de uma startup ocorre quando os investidores ou fundadores optam por fazer parte de um movimento maior e vender a empresa para outro player, seja por meio de aquisição ou buyout. A necessidade de recursos financeiros, planos para iniciar novos projetos e busca de alternativas para  crescer estão entre os principais motivadores para isso. 

Potencializar a empresa, muitas vezes, é o grande fator para a venda, podendo ocorrer de forma parcial, o que faz com que o fundador mantenha sua participação e continue envolvido nas operações. Uma situação promissora surge quando um empreendedor encontra um sócio maior e mais estabelecido no mercado, possibilitando à startup crescer com suporte e mais oportunidades, que antes eram menos acessíveis.

Entender o momento do mercado é crucial. Se fusões e aquisições estão em alta no seu setor, considerar o exit pode ser uma decisão estratégica. Contudo, em áreas com movimentos mais tímidos, é necessário cautela e uma análise detalhada antes de prosseguir com o processo.

Além do momento do mercado, o que mais deve ser observado no processo de venda da startup?

Antes de iniciar o processo de venda, é essencial responder à pergunta: você realmente deseja vender sua startup? Alinhar as expectativas dos decisores e garantir uma comunicação clara são passos fundamentais para a tomada de decisões assertivas. Além disso, considere a situação financeira interna da empresa, é claro.

Estudar o desenvolvimento do produto é outro ponto-chave. Uma startup pronta para exit geralmente possui uma visão de produto estabelecida, processos claros para aquisição de novos clientes e metas desafiadoras, além de uma equipe comprometida.

O elemento mais importante é o time. Verifique se as pessoas  chave estão preparadas para o processo de exit e se os colaboradores estão alinhados com a cultura da empresa. E mais do que isso, entenda se o comprador também reconhece o valor da equipe e na manutenção dela na empresa. Mesmo durante a venda, esse aspecto continua sendo extremamente relevante para a sustentabilidade do negócio. 

A Prevision sempre investiu na construção de uma cultura forte e relevante. Durante o processo de exit,  fizeram questão de repassar com transparência todas as novidades e tirar possíveis dúvidas. Assim, todos os colaboradores ficaram mais à vontade e seguros de que a aquisição seria benéfica para suas carreiras. 

Como preparar minha startup para a venda? 

Uma vez alinhados os principais pontos, inicia-se a preparação da startup para a venda.  Uma consultoria de M&A (Fusões e Aquisições) pode ser um ótimo caminho. Afinal, muitos empreendedores não têm experiência nisso e precisam continuar crescendo e se desenvolvendo durante todo o processo. E, apesar das relações com o comprador serem diretamente com os sócios em muitos casos, ter uma visão externa pode poupar a relação e ajudar nos pontos negociais, aspectos importantes para o negócio. 

Além disso, demonstrar um desempenho sólido é muito importante. Documentação transparente e precisa, destacando o crescimento da receita e indicadores financeiros, reforça a confiança do comprador. Fortalecer o relacionamento com clientes é outro aspecto relevante, evidenciando uma base robusta e satisfeita.

A preparação da equipe deve seguir a mesma dinâmica. Garantir alinhamento com a cultura organizacional, realizar pesquisas de cultura e implementar programas de retenção minimiza favorece o processo de transição. A cultura organizacional forte é um diferencial, sendo um critério valorizado pelos investidores.

E para fechar, vale reforçar que o desejo de vender a startup precisa estar alinhado entre os fundadores. Esta relação deve estar 100% alinhada desde os primeiros passos de preparação. Portanto, não se deve deixar para resolver questões societárias no final do processo. 

Cultura organizacional estabelecida é um diferencial para um Exit bem-sucedido

A cultura organizacional, composta por crenças, valores e comportamentos, desempenha um papel vital. Um propósito forte, senso de pertencimento e mobilização conjunta são essenciais. Empresas como a Softplan, ao realizar aquisições, valorizam culturas organizacionais fortes e alinhadas, priorizando a sinergia com a empresa adquirida.

As inspirações e benchmarks internacionais da Prevision eram as mesmas da Softplan, o que demonstra que as visões das empresas eram extremamente alinhadas. Essa é a base para todas as decisões a serem tomadas no futuro.

Além disso, há a confiança nas pessoas. A Prevision, além de estar na mesma cidade da sede da Softplan, encontrou na investidora pessoas com propósitos e valores alinhados. Para Paula, “é por isso que a parceria funciona tão bem.”

Em suma, ao considerar o exit de uma startup, deve-se avaliar cuidadosamente o momento do mercado, alinhar expectativas, validar o desenvolvimento do produto e fortalecer a equipe. Ter visões e valores consistentes é o diferencial que impulsiona o sucesso neste processo. 

Segundo Paula, “A Prevision tem orgulho de fazer parte do maior ecossistema da Construção Civil no Brasil. Em colaboração com a Softplan, unindo equipes e produtos, estamos alcançando conquistas ainda mais significativas juntos. E esse é apenas o começo de uma trajetória de muito sucesso!”
Continue se mantendo informado aqui conosco, no Portal Visão Softplan. Aproveite para entender melhor as perspectivas para o próximo ano no artigo Mercado de Startups 2024: o que esperar?

Paula Lunardelli

Paula Lunardelli

Engenheira civil formada pela UFSC, especialista em gestão de negócios imobiliários pela FGV. Diretora Executiva e Co-Fundadora da Prevision, plataforma líder de Planejamento Lean de obras. Trabalha há 15 anos com planejamento e gestão de obras. Tem o propósito claro de impactar o país através do desenvolvimento sustentável.

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