Negócios em movimento

Utilizar dados a favor dos objetivos empresariais é a grande missão de uma cultura data-driven. Implementar assertivamente essa abordagem, no entanto, ainda é uma tarefa complexa.

Atualmente, big data é o termo do momento. Portanto, não é difícil encontrar métodos para coleta de dados. Porém, a cultura data-driven vai além ao priorizar a análise e a interpretação de dados para guiar decisões e estratégias

É preciso colocar os insights em prática, mas de maneira assertiva, considerando as outras variáveis que influenciam os processos da empresa.  Sendo assim, torna-se necessária uma mudança expressiva em ferramentas de trabalho, fluxos e, o mais importante: na mentalidade das equipes e da gestão. 

Em resumo, cultura data-driven é o movimento organizacional que coloca a análise de dados no centro da tomada de decisões. É um dos pilares da inovação e revolução tecnológica que experimentamos atualmente. 

A análise de dados, por sua vez, abrange processos de coleta, inspeção, limpeza e, claro, análise crítica a fim de transformar dados em informações confiáveis e úteis para tomadas de decisões estratégicas e definição de soluções para diversos problemas.

Importância da cultura data-driven nas empresas

Os especialistas alertam: sem inteligência de dados os mercados não sobreviverão. 

Segundo estudos de Gartner, em 2022, a Inteligência de Decisão, que combina análises automatizadas e IA para guiar o processo de tomada de decisão orientada por dados, foi apontada como uma das principais tendências tecnológicas. 

Em uma de suas previsões mais recentes sobre análise de dados até 2028, a consultoria destaca também que 45% dos profissionais de marketing de produto se guiarão pela análise de dados para monitorar comportamentos e definir ações de segmentação e comunicação. 

Sendo assim, considerar a coleta e análise crítica de dados como parte estratégica da cultura organizacional abre um leque de possibilidades e benefícios, dentre eles: 

  • Decisões inteligentes e confiáveis: “acima de tudo, mostre os dados”, resume bem Edward Rolf Tufte – professor norte-americano de estatística e economia política. O tratamento de informações pertinentes às empresas não deve abrir margens para “achismos”; 
  • A análise de dados reduz tempo e gastos com modelos empíricos ou ações baseadas unicamente em intuição e experiências.  As ações se tornam mais assertivas, com melhores resultados  quando as experiências e análise de dados trabalham juntas;

Um bom exemplo disso é a automação das campanhas de marketing. O desempenho das ações, da interação e da recepção dos consumidores são monitorados em tempo real, o que reduz o período de ação na tomada de decisões. 

Todos esses dados, analisados de forma crítica conforme as métricas estabelecidas, conseguem apontar a necessidade de mudanças. Assim, é possível rever em tempo hábil uma ação com baixo desempenho e maximizar resultados.

  • Prever tendências para diminuir correções e retrabalhos, que podem resultar em custos altos e não planejados para a operação;
  • Melhorar o desempenho das ações de marketing: ao cruzar informações de comportamento de consumo, as empresas conseguem lançar novos produtos e serviços, promovê-los ou retirar do mercado.

Quais ações de marketing estão com o retorno esperado? Quais projetos demandam mais custos do que resultados? As informações em tempo real possibilitam mudanças rápidas para evitar prejuízos. 

Já que o assunto é mudança organizacional, saiba mais sobre a gestão do conhecimento nas empresas.

Implementando a cultura data-driven: por onde começar?

Os benefícios da cultura data-driven são incontestáveis. Apesar disso, as empresas enfrentam desafios para sua implementação, pois isso exige uma reorganização de estruturas já existentes e a criação de novas rotinas. Confira algumas orientações para aplicar a cultura data-driven nas empresas.

Invista em uma ferramenta eficiente

Estabelecer uma gestão orientada por dados requer a adoção de ferramentas para coleta e análise, além de estruturas que organizem informações já existentes e que façam a comunicação entre sistemas. 

O ideal é contar com um profissional especialista em transformação digital e análise de dados para ajudar na escolha da ferramenta, além de capacitar agentes internos que atuem como disseminadores da cultura data-driven entre os colaboradores. 

Defina o que vale a pena analisar

O volume de dados por si só não significa nada: é preciso definir quais indicadores são relevantes para as tomadas de decisão diárias. A missão é selecionar o que realmente importa, e compartilhar os insights com os setores envolvidos. 

Métricas SaaS: características e principais indicadores para acompanhar

Faça treinamentos com os colaboradores

Os colaboradores precisam compreender a importância da análise de dados para que seja possível extrair os benefícios deste recurso. Para isso, é essencial oferecer treinamentos sobre o tema e capacitações sobre o uso das ferramentas escolhidas. 

Afinal, as informações geradas não devem se limitar aos setores especialistas ou às lideranças. A otimização de processos baseados em dados requer autonomia das equipes. 

Crie planos de ação

Com a análise dos indicadores na mão, é necessário a criação de planos de ação para solucionar possíveis desafios que os números mostrarem. Lembre-se de que um dado sempre representa algum insight, positivo ou não, bem como aponta tendências e oportunidades para a empresa. 

Dessa maneira, os gestores conseguem se planejar a longo prazo, de modo que o negócio estará mais preparado para enfrentar imprevistos. 

Monitore de forma constante

Embora facilitem os planejamentos futuros, os dados apresentam cenários momentâneos, por isso, o acompanhamento deve ser constante. 

Se você é usuário das plataformas de streaming, com certeza já percebeu que as suas atividades são monitoradas instantaneamente. Uma mudança no seu estilo musical, por exemplo, gera novas sugestões para você e novos padrões de comportamento para o aplicativo. 

Em uma empresa data-driven, esse monitoramento constante faz parte da rotina. É possível utilizar os dados para guiar decisões ágeis, seja na visão operacional com colaboradores, ou na visão estratégica para concepção e desempenho de produtos. 

Atenção à proteção dos dados

É fundamental investir na segurança da informação, seja por controle de acesso às informações, sistemas em nuvem, além de firewalls e demais iniciativas sugeridas por especialistas. 

O cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é essencial para assegurar o correto uso e tratamento de informações, evitando ataques cibernéticos e vazamento de dados, que podem prejudicar os usuários e a imagem da empresa. 

Assim como na manipulação das ferramentas, os colaboradores também devem estar preparados para agir conforme as políticas da empresa e à Lei.  Inclusive, temos um artigo sobre os impactos da LGDP em empresas de tecnologia, aproveite para saber mais sobre o tema.

Gabriela Torres

Gabriela Torres

Engenheira Civil pela UFSC, hoje atua como Head de Inteligência de Mercado para Indústria da Construção na Softplan. Apaixonada por ciência de dados e Python, iniciou o uso de análise de dados como forma de automatizar processos e aumentar o conhecimento da equipe sobre seus clientes.

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